aos poucos que se interessam por ler isto, declaro que estão bem vindo. aqui é onde posto algumas coisas que acho pertinentes que acontece comigo, não escrevo tudo por que infelizmente esto é algo que não pertence a classe-que-vive-de-dua-força-de-trabalho, logo faço isto de sopetão. mesmo sendo constantemente forçado a caler-me, faz aqui meu grito

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11/20/2011


planejar o futuro e a arte de viver o cotidiano.

"(...) Vida é o que acontece a você


Enquanto você está ocupado fazendo outros planos."

techo musica: beautiful boy - john lennon




A vida acontece no cotidiano, percebo que por mais que eu planeje as minha férias de janeiro, ela nunca será da forma que eu pretendo, é bem certo que terei mais uma decepção.
também não adianta ficar pensando no passado, este já passou, ficam as marcas no corpo, algumas na alma das quais são ate mais difíceis de curar.
muito pensam em ir ao céu, um mundo bem massa, onde tudo é ótimo, eu sinceramente, já desisti dele, para que viver eternamente? isto nos trará um vazio e uma falta de vontade de viver.
vontade da qual nos faz planejarmos, o que você irá fazer amanhã?
por que esta fazendo sua graduação?
por que faz isto ou aquilo?
são para coisas futuras.
enquanto isto a vida simplesmente é e ou esta sendo.

Não desmerecendo os planejamentos,
este são necessários, mas é necessário também tomar cuidado para que isto não acabe os frustando, lembrando que somos pessoas de nosso tempo, podemos planejar, mas alguns saltos são necessários de condições concretas que talvez não tenhamos ainda.

Outras coisa é quando planejamos ou idealizamos algo em outra pessoa. Isto meus caros, é o pior erro que nos podemos cometer,
não tem como taxar as pessoas como uma linguagem binário de 0 e 1 semelhante aos CD's ou programas de computadores.
as pessoas são uma totalidade em que tem coisas boas e ruins(não fazendo juízo de valores), você não se apaixona por um lado da pessoa, mas sim por ela como um todo, um todo do qual esta presente múltiplas determinações que a constitui como um ser humano e a faz ter uma história particular.
aliás, tem algo que se transforma mais que o ser humano?
se tiver me apresentem,
e se andando ao léu é bem visível que tudo a volta esta em constante modificação por nós, até as arvores, elas foram plantadas ali pelos humanos.
espero que isto sirva de lição, eu demorei para aprender, mas no fundo é simples, basta apenas deixar levar.
pode parecer pós-modernos, mas é exatamente o contrário, é apenas deixar o ser humano expressar todas a suas potencialidade, e para isto companheiros, haja luta, seja contra a propriedade privada do corpo e da terra, os valores dos quais nem paramos para questionar, dos sobreviver para quem sá um dia viver.

Isto me faz chegar a conclusão: o que resta no final???
sei lá,o final não esta sendo hoje, mas pelo o que esta sendo hoje, tem forte tendencias a ser ..... deixa para lá, é melhor provar se realmente será no cotidiano.

Mario Pereira
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11/19/2011


Não a Usina de Belo Monte!!!!

Assistam na integra,
divulguem

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11/04/2011


produtividade da Acadêmia

porra pessoal,

a Universidade nos impôe uma produtividade ferrenha, o pior não é isto, a cada dia pecebo que ela realmente não foi feita para "pobres".
por que digo isto?
como podemos fazer "produzir" conhecimento se perdemos a maior parte do dia para garantir o minimo para nossa sobrevivência?
dai o pouco tempo que temos, acabamos tentando distrair o cerebro. A forma mais eficaz nas ultimas semanas (ressalto a questão das ultimas semanas por que o mundo esta mudando muito rapido, ou melhor: mudando tudo para não mudar nada) é a questão das redes de relacionamento.
nesta consigo me distrair um pouco e conversar com o pessoal que conheço de outro Estado, coisa imprensada para um sujeito que mal conhece o seu bairro, vai entender isto? prefiro não.

mas o TCC, os trabalhos das demais disciplinas batem na porta, e devem ser feitos, da me vem perguntas como: para que esta produtividade?
não sei, ultimamente, 99% do que esta sendo produzido na universidade não vale de mudança social nenhuma. É uma pena, mas como somos sujeitos ativos, esta a tarefa difícil de transformar esta porra.
vira este mundo que esta do avesso, em algo ao menos desgustável, se será algo bom ou ruim, deixo aos cristão fazerem seu julgamentos.



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11/02/2011


Versos à boca da noite


“Sinto que o tempo sobre mim abate
sua mão pesada. Rugas, dentes, calva...
Uma aceitação maior de tudo,
e o medo de novas descobertas.

Escreverei sonetos de madureza ?
Darei aos outros a ilusão de calma?
Serei sempre louco? sempre mentiroso ?
Acreditarei em mitos ? Zombarei do mundo ?

Há muito suspeitei o velho em mim.
Ainda criança, já me atormentava.
Hoje estou só. Nenhum menino salta
de minha vida, para restaurá-la.

Mas se eu pudesse recomeçar o dia !
Usar de novo minha adoração,
meu grito, minha fome... Vejo tudo
impossível e nítido, no espaço.

Lá onde não chegou minha ironia,
entre ídolos de rosto carregado,
ficaste, explicação de minha vida,
como os objetos perdidos na rua.

As experiências se multiplicaram:
viagens, furtos, altas solidões,
o desespero, agora cristal frio,
a melancolia, amada e repelida,

e tanta indecisão entre dois mares,
entre duas mulheres, duas roupas.
Toda essa mão para fazer um gesto
que de tão frágil nunca se modela,

e fica inerte, zona de desejo
selada por arbustos agressivos.
(Um homem se contempla sem amor,
se despe sem qualquer curiosidade.)

Mas vêm o tempo e a idéia de passado
visitar-te na curva de um jardim.
Vem a recordação, e te penetra
dentro de um cinema, subitamente.

E as memórias escorrem do pescoço,
do paletó, da guerra, do arco-íris;
enroscam-se no sono e te perseguem,
à busca de pupila que as reflita.

E depois das memórias vem o tempo
trazer novo sortimento de memórias,
até que, fatigado, te recuses
e não saibas se a vida é ou foi.

Esta casa, que miras de passagem,
estará no Acre ? na Argentina ? em ti ?
que palavra escutaste, e onde, quando ?
seria indiferente ou solidária ?

Um pedaço de ti rompe a neblina,
voa talvez para a Bahia e deixa
outros pedaços, dissolvidos no atlas,
em País-do-riso e em tua ama preta.

Que confusão de coisas ao crepúsculo !
Que riqueza ! sem préstimo, é verdade.
Bom seria captá-las e compô-las
num todo sábio, posto que sensível:

uma ordem, uma luz, uma alegria
baixando sobre o peito despojado.
E já não era o furor dos vinte anos
nem a renúncia às coisas que elegeu,

mas a penetração no lenho dócil,
um mergulho em piscina, sem esforço,
um achado sem dor, uma fusão,
tal uma inteligência do universo

comprada em sal, em rugas e cabelo.”


Carlos Drummond de Andrade, 1962
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